segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Teste do pezinho


O teste do pezinho é popularmente conhecido por este nome pelo fato de ser feito por uma picadinha no calcanhar do bebê. As gotas de sangue são colhidas num papel filtro e levadas para serem analisadas.

Ele é um exame laboratorial, chamado também de triagem neonatal, e que é de grande importância para detectar precocemente doenças metabólicas, genéticas e infecciosas que podem causar alterações no desenvolvimento neurológico e psicomotor do bebê. Desta forma, estas doenças poderão ser tratadas mesmo antes do aparecimento de seus sintomas.

Esse exame é realizado em grande parte das maternidades ou em laboratórios. É coletado após o bebê completar 48 horas de vida para que o teste não sofra influência do metabolismo da mãe. O ideal é que o teste seja feito até o sétimo dia de vida.

Existem diferentes tipos de exames do pezinho. O Sistema Único de Saúde (SUS) instituiu o Programa Nacional de Triagem Neonatal, onde cobre a identificação de até quatro doenças:
  • fenilcetonúria: é uma doença ocasionada por um erro no metabolismo de um aminoácido, acarretando o acúmulo da substância fenilalanina no sangue, causando retardo de desenvolvimento e convulsões; seu tratamento consiste em dieta adequada, sem a fenilalanina.
  • hipotireoidismo congênito: causado pela falta de produção de hormônio tireoideano, levando também a retardo mental se não tratado com o uso do hormônio.
  • anemia falciforme: causada pela formação de hemoglobinas anormais que são mais frágeis e rompem-se, causando anemia; podem também obstruir vasos sangüíneos, levando a infecções e dores no corpo. O controle desta doença deve ser feito por especialistas (Hematologistas), normalmente por toda a vida.
  • fibrose cística: doença hereditária que causa principalmente comprometimento pulmonar e do pâncreas, necessitando de diversos tratamentos.
Mas nem todos os Estados brasileiros realizam os quatro testes.
Hoje já existe uma versão ampliada do teste do pezinho onde é possível identificar mais de 30 doenças antes que seus sintomas se manifestem, mas é ainda um recurso sofisticado e bastante caro, não disponível na rede pública de saúde. E um resultado normal, mesmo no teste ampliado, não afasta a possibilidade de outras doenças neurológicas genéticas ou adquiridas

O exame convencional do pezinho é obrigatório por lei em todo o Brasil e gratuito, sendo um direito de todos. Não esqueça de buscar o resultado e levá-lo para o pediatra verificar.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Rinite alérgica


A rinite alérgica é causada pela inflamação da mucosa nasal, ou seja, da sua camada interna. Isto ocorre após o contato com algum alérgeno:
  • ácaros da poeira doméstica;
  • animais, insetos;
  • pólens;
  • fungos;
  • fumaça de cigarro, de automóveis e de indústrias;
  • medicamentos.


Para considerar que uma criança tem rinite, ela deve apresentar pelo menos dois dos seguintes sintomas: rinorréia (“nariz escorrendo”), prurido nasal (“coceira no nariz”), obstrução nasal (“nariz entupido”) e espirros em salva (“espirros seguidos”).

A rinite alérgica está muito associada à sinusite, à asma e à conjuntivite.

O diagnóstico da doença é feito basicamente pela história do paciente, ou seja, pelos sintomas e pela presença de alergia (atopia) em familiares próximos.

Ao exame físico, um sinal sugestivo é a prega que se forma acima da ponta do nariz, devido à coceira frequente. Há respiração bucal devido à obstrução nasal. Pode haver lacrimejamento associado.

Alguns sinais de rinite podem ser vistos ao exame pela narina: a mucosa estará comumente pálida e inchada, que é o mais comum na rinite. Também pode haver secreção.

Existem exames laboratoriais, como a dosagem no sangue da chamada “imunoglobulina E” (IgE); porém, o seu aumento pode ocorrer em outras doenças além da rinite. Há também o teste cutâneo, no qual pode-se utilizar alguns alérgenos sobre a pele para descobrir qual é o desencadeante (ou os desencadeantes) da rinite. Este também não é muito fiel, pois se negativo, não exclui  a  doença.

Para o tratamento, existe hoje uma grande variedade de medicações, tanto orais como aplicações nasais e vacinas. Mas o mais importante é o controle ambiental: a retirada de todas as fontes de alérgenos, como: retirada de tapetes, carpetes, cortinas e bichos de pelúcia; afastar os fumantes; passar pano úmido diariamente na casa para retirar a poeira, sem usar produtos com cheiro forte; deixar bater sol na casa para evitar umidade; evitar que animais domésticos habitem dentro de casa, dando preferência por deixá-los no quintal.


Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra


CRM: 104.671 

Fonte da imagem: childrenshospital (créditos e divulgação)

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Cólica

Todos os bebês normais choram!!! Alguns mais do que a média, e em alguns casos, são os pais que não estão acostumados ao choro e o acham fora do comum. Mas o choro nada mais é que a forma dos pequenos se comunicarem.
Certamente, o choro persistente e que não cessa mesmo quando não há nada que o justifique,
deve ser considerado e caso haja dúvidas, deve-se pedir  orientação ao Pediatra para excluir possíveis doenças. Porém nestes casos normalmente há outros sinais associados, servindo de alerta, como a recusa alimentar e a perda de peso.
A maioria dos choros tem causa comum e de fácil reconhecimento: fome, frio, calor, sede, sono, fralda suja, necessidade de sugar, necessidade de contato físico ou então, a tão famosa “cólica”.
A cólica é caracterizada pelo choro súbito, forte e prolongado, com pequenas pausas, acompanhado por “caretas” de dor. O bebê se estica e se encolhe, fica vermelho e com a barriguinha dura. A eliminação de gases permite um alívio temporário.
Outra característica do choro por cólica é o seu início ou piora por volta da terceira semana de vida, durando até cerca de 3 meses. É também mais comum e intenso por volta das 19 às 23 horas, podendo durar minutos ou até horas seguidas.
A causa das cólicas no bebê deve-se principalmente à incoordenação dos movimentos intestinais; ou seja, o intestino do recém-nascido leva um período para “aprender” a trabalhar para uma só direção. E este movimento “desorientado” causa as dores abdominais e a formação de gases.
Então, como lidar com tamanho desconforto, responsável por tantas noites em claro?
O principal é MANTER A CALMA !!!
Pode parecer pouco, mas a tranquilidade passada para o bebê é responsável pela diminuição dos períodos críticos de dor.
O posicionamento também auxilia bastante: uma posição confortável em que o bebê fique de bruços sobre um travesseiro ou sobre a barriga dos pais costuma aliviar os sintomas.
Massagear a barriga da criança com as mãos, da direita para a esquerda e flexionar as pernas ajuda a eliminar os gases.
E finalmente, deixar o bebê no colo, em “posição de arrotar”, após as mamadas ajuda o esvaziamento do estômago e a melhor digestão do leite.
Medicações normalmente não são necessárias e muitas vezes não resolvem bem o problema. Mesmo assim, logo nas primeiras consultas de rotina, peça orientação quanto à receita de algum medicamento específico para a cólica, caso ela apareça de forma intensa.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Soluço


Aquele barulhinho típico do soluço – ihhcc...- é capaz de deixar qualquer mãe ansiosa pelo aparente incômodo que isso possa provocar nos bebês. Mas, ao contrário do que imaginamos, o bebê não sente incômodo e nem dor. São tão comuns que atingem cerca de 80% dos bebês e, de tão inofensivos, desaparecem repentinamente e sem precisar de qualquer tratamento. Os soluços tendem a melhorar até os seis meses de idade.

O soluço normalmente aparece pela imaturidade do sistema nervoso que não controla adequadamente o músculo diafragma (músculo que separa o tórax do abdome, envolvido na respiração). Qualquer coisa que irrite o diafragma faz com que esse músculo entre em espasmo, ou seja, uma contração repetitiva súbita e involuntária. O ruído decorre do fechamento inesperado da glote (parte da garganta) durante a inspiração, fazendo com que com que as pregas vocais vibrem.

As causas da irritação do diafragma podem ser a ingestão excessiva de alimento (distensão abdominal), a deglutição de ar e as mudanças de temperatura.

 Existem algumas soluções que podem ser aplicadas: a melhor maneira de acabar com o soluço do bebê é colocá-lo para mamar. Desta forma ele faz uma respiração ritmada, que ajuda a interromper os espasmos.
Em crianças mais velhas, o susto realmente pode resolver, já que ao se assustar, o organismo libera uma substância chamada adrenalina, que inibe a contração do diafragma e interrompe os espasmos. Mas isto NÃO deve ser feito com um bebê ou uma criança mais nova, pois eles  podem  se apavorar.

Ficar algum tempo sem respirar, tomar água com o nariz tampado ou respirar num saco de papel também são recursos para acabar com o soluço de adultos e de crianças mais velhas. Essas táticas aumentam o nível de gás carbônico no sangue fazendo com que o diafragma volte ao normal.

Para evitar o soluço, se ao amamentar o bebê a mamãe escutar um ruído quando a sucção iniciar, retire o bebê do peito e, ao recolocar, faça com que abocanhe a maior parte da aréola (parte mais escura do peito). Assim,  evitará a entrada de ar no estômago.

Outra maneira de evitar o soluço é retirar o bebê do peito quando ele mama direto, sem pausa. A ingestão rápida de leite também pode ocasionar soluços. Faça as pausas por ele. Deixe-o sugar um pouco e retire o bebê do peito para que descanse e respire, recolocando-o em seguida. Depois da mamada, coloque-o em pé no colo, pois desta forma facilita a eliminação do ar pelo “arroto”. Se o bebê permanecer deitado no berço com soluço, ele poderá vomitar e até engasgar.

Troque o seu filho sempre em ambiente com temperatura agradável e sem correntes de ar, pois a mudança brusca de temperatura, como quando o bebê que tira a roupa e o ambiente fica mais frio, pode ocasionar o soluço também.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

terça-feira, 30 de julho de 2013

Higiene ambiental e física da criança


A higiene ambiental e física é grande parte responsável pela saúde da criança.
A habitação é fundamental, pois é onde ela encontrará proteção às variações do clima (frio, calor, chuvas) e é o local onde ela passa a maior parte de seu tempo.
Há medidas simples, porém fundamentais para que as condições ambientais sejam adequadas:

  • ventilação e iluminação: arejar o ambiente e deixar que a luz do sol entre por um período do dia dificulta a instalação de umidade, evitando problemas respiratórios. O quarto em que a criança dorme é o principal local que deverá receber bastante sol.
  • limpeza: se possível diariamente deve-se retirar a poeira com panos úmidos para que o pó não fique suspenso no ar e não seja inalado. Tapetes e cortinas devem se lavados com freqüência. Preferencialmente, a limpeza deverá ser feita quando a criança não estiver por perto, e com produtos que não tenham cheiro forte. Lembrar sempre que os produtos de limpeza devem ficar fora de alcance das “mãozinhas curiosas” para não haver acidentes.
  • armazenamento de objetos de risco: mais uma vez vale reforçar a importância de guardar objetos cortantes ou com pontas, produtos inflamáveis, remédios, etc em locais fora de alcance das crianças. Cobrir tomadas, colocar barreiras em escadas, gradear janelas e manter distância do fogão e do ferro de passar, diminuem os acidentes domésticos.
  • deixar lixos sempre tampados para evitar insetos e outros bichos.
  • armazenar alimentos em locais próprios, sem umidade ou calor. Utilizar água filtrada ou fervida para beber e preparar os alimentos, lavar frutas e verduras antes de comê-las. Lavar sempre as mãos antes de manipular os alimentos.

Como indivíduo, há também necessidades básicas para manter a saúde física:

  • sono: o repouso é essencial para manter o bom funcionamento do corpo. A necessidade de horas de descanso varia com a idade. Quanto menor a criança, mais ela necessita dormir. O local deve ser tranquilo e a cama, ou berço, seguros contra quedas.
  • alimentação variada, em horários estabelecidos e com asseio. A lavagem das mãos antes das refeições  vale para os pequenos também.
  • asseio corporal: o banho diário proporciona além da limpeza, o bem-estar e sensação de conforto. A temperatura da água deve ser morna, em torno de 36,5°C, o sabão neutro e a secagem deve ser feita sem friccionar a pele. A criança deve ter sua própria toalha, para que só ela use. Cortar as unhas com freqüência evita que sujeira se acumule e seja levada à boca. Pentear os cabelos e escovar os dentes também faz parte da higiene diária.
  • vestuário: roupas devem ser escolhidas pelo conforto e de acordo com o clima. No verão roupas leves e no inverno agasalhos.
  • banho de sol: o ideal é que seja diário, iniciando gradativamente até uma duração de 20 a 30 minutos e nos horários próprios (antes das 10h e após às 16h).
  • exercícios físicos: importante tanto para fortalecer a musculatura e aprimorar a coordenação motora, quanto para higiene mental. Deve-se sempre respeitar a idade, o limite e a vontade da criança, sendo feitos sob supervisão e orientação. Para os bebês pode-se fazer massagens leves nos braços e pernas. Após os três meses pode-se estimular o bebê  a sentar – este  segurando com as mãos os polegares da mãe/pai e após deitando novamente. Aos cinco meses o mesmo exercício pode ser feito, porém levantando a criança e depois voltando a sentá-la. Dos 2 aos 6 anos as brincadeiras em grupo são as mais indicadas. Os exercícios de força são recomendados após o início da adolescência, por volta de 13 a 15 anos.
  • brincadeiras: brincar e brincar!!! Vale música, dança, jogos, bola, boneca, carrinho e o que mais a criança gostar e for próprio à sua idade. Procurar limitar o tempo diário da televisão, e quando possível brincar ao ar livre. 
Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Refluxo Gastroesofágico

O refluxo gastroesofágico (RGE) ocorre quando o alimento/leite retorna ao esôfago após atingir o estômago, juntamente com o conteúdo gástrico.

Isto é comum nos bebês, pois há uma frouxidão dos músculos que impedem o retorno do alimento, e com o passar do tempo, isto vai normalizando. Neste caso, temos o refluxo considerado “normal” (fisiológico): o bebê ganha peso normalmente e “golfa” (regurgita) em poça quantidade e sem nenhum problema para sua saúde.

O RGE é considerado “anormal” (patológico) quando é muito freqüente, em grande quantidade e há alteração na qualidade de vida e saúde. Clinicamente há além dos vômitos/regurgitação, choro, irritabilidade, choro, recusa alimentar, infecções de repetição (de ouvido e pneumonias) e baixo ganho de peso.
O diagnóstico inicial é pela história que os pais contam. Pode ser feito também através de exames quando houver dúvida.

O tratamento começa com algumas medidas que são fundamentais, chamadas medidas posturais: sempre que o bebê for mamar, colocá-lo o mais sentado possível e esperar o bebê “arrotar” por cerca de 15 a 20 minutos com este em posição ereta (em pé, no colo); quando o bebê estiver deitado, a cabeceira deve estar erguida em 30 graus.

Caso não haja melhora somente com as medidas posturais, há medicações que auxiliam no tratamento, e que o Pediatra poderá orientar.

Dra. Fernanda F. G. Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Anemia na infância


A anemia é uma preocupação freqüente das mães e dos pediatras, e isto se justifica porque quase metade das crianças com até 3 anos de idade apresentam essa doença.
Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal. A hemoglobina é uma proteína muito importante que transporta o oxigênio necessário para o funcionamento de todos os tecidos do corpo. Esta proteína é formada principalmente pelo ferro, obtido diariamente na alimentação.
Existem várias causas da anemia, mas a deficiência de ferro (anemia ferropriva) é a mais comum entre crianças e adolescentes. A falta desse nutriente pode ocorrer em algumas situações, como em grandes perdas de sangue por traumas ou ferimentos, e pela dieta pobre em ferro, sendo esta a causa principal.
A alimentação inadequada, pobre em ferro, faz com que a anemia por deficiência de ferro apareça até mesmo em crianças “gordinhas” .
Até os seis meses de vida o aleitamento materno exclusivo supre as necessidades de ferro da criança, não necessitando de qualquer forma de complementação e nem de introdução de alimentos sólidos. No entanto, crianças que tomam leite de vaca têm maior risco de ter anemia; isto porque o leite de vaca tem menor quantidade e menor absorção de ferro do que o leite materno. Portanto, nunca substitua o leite materno pelo leite da vaca, a não ser que haja recomendação médica, em casos específicos.
A atenção deve ser redobrada com os prematuros e os bebês que apresentaram baixo peso ao nascer. Por terem seu crescimento muito rápido, a necessidade de ferro é maior e a possibilidade de complementação desse mineral é grande.
Crianças de 6 meses a 2 anos, época em que o crescimento e o desenvolvimento são acelerados, necessitam de ferro em maior quantidade. Além disto, a introdução de alimentos deficientes em ferro pode contribuir para o aparecimento da doença.
Depois dos 2 anos, a taxa de anemia diminui, voltando a subir na adolescência em conseqüência do novo pico de crescimento e da alimentação inadequada (fast-foods e alimentos industrializados).
O sintoma mais comum da anemia é a palidez nas mucosas, principalmente na parte interna das pálpebras e lábios, e nas palmas das mãos. Outros sintomas são a fadiga, fraqueza, falta de apetite, cansaço fácil ao se exercitar, sensação de tonteira, desmaio, falta de ar e desatenção na escola. A anemia também prejudica o desenvolvimento físico, motor, psicológico e de linguagem.
Se os pais desconfiarem de que seu filho esteja com anemia, devem levá-lo ao pediatra, que irá fazer o exame físico e perguntará sobre os hábitos alimentares, condições de nascimento, doenças familiares, etc. Então, caso haja necessidade, pedirá um exame de sangue para diagnosticar a doença. Se a anemia por deficiência de ferro for comprovada, o tratamento com medicação oral à base deste mineral deverá ser iniciado.
A melhor forma de prevenção da anemia é o cuidado com a alimentação das crianças. Os alimentos ricos em ferro são: a carne de vaca, frango e peixe, gema do ovo, feijão, soja, lentilha, ervilha, espinafre, brócolis, couve e verduras com folhagem mais escura.
A absorção de ferro é aumentada quando ingerido com frutas cítricas (laranja, acerola, limão). Cuidado com alguns tipos de alimentos que, ao contrário, inibem a absorção de ferro, como o leite de vaca em excesso e o chá preto.
Embora menos comuns, a anemia pode ter outras causas. Deficiência na produção de glóbulos vermelhos, doenças crônicas, doenças renais, leucemia, doenças hereditárias (ex: talassemia e a anemia falciforme), verminoses e deficiência de vitamina B12 são outras possibilidades a serem investigadas.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM : 104.671

terça-feira, 30 de abril de 2013

Dengue

Nos últimos anos, o número de casos de dengue aumentou vertiginosamente no Brasil, assim como o número de óbitos pela doença.

 A dengue é uma doença causada pela picada de um mosquito infectado com o vírus da doença.

O mosquito responsável pela transmissão do vírus da dengue é o Aedes aegypti. Ele mede menos de 1 centímetro, tem cor café ou preta e apresenta listras brancas no corpo e nas patas.

Não há transmissão por contato direto de um doente com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento. A transmissão só ocorre mesmo pela picada do mosquito infectado pelo vírus.

Há duas formas de manifestação da doença:

  • clássica: os sintomas mais comuns são febre, dores no corpo (principalmente em articulações), dor de cabeça e atrás dos olhos. Também podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo e cansaço.
  • hemorrágica: além dos sintomas acima, há vômitos intensos, sonolência ou agitação e sangramento. 

Não há tratamento específico para o paciente com a dengue clássica. O médico deve tratar os sintomas, como as dores de cabeça e no corpo, com analgésicos e antitérmicos (Dipirona). Devem ser evitadas medicações como o AAS e a Aspirina, pois podem favorecer sangramentos. É importante também que o paciente fique em repouso e receba hidratação.

Já os pacientes com dengue hemorrágica devem ser observados cuidadosamente para identificação dos primeiros sinais de choque, como a queda de pressão. O período crítico ocorre durante a transição da fase febril para a sem febre, geralmente após o terceiro dia da doença. A pessoa deixa de ter febre e isso leva a uma falsa sensação de melhora, mas em seguida o quadro clínico do paciente se agrava.

Uma mesma pessoa pode ter novamente a doença, mas nunca pelo mesmo tipo de vírus. Ou seja, a pessoa fica imune contra o tipo de vírus que provocou a doença, mas ela ainda poderá ser contaminada pelos outros tipos do vírus da dengue.
 
Como é praticamente impossível eliminar o mosquito, é preciso eliminar os locais de reprodução do Aedes aegypti, identificando objetos que possam se transformar em criadouros. Por exemplo, uma bacia no pátio de uma casa é um risco, porque, com o acúmulo da água da chuva, a fêmea do mosquito poderá depositar os ovos neste local. Então, o único modo é limpar e retirar tudo que possa acumular água e oferecer risco. Também pode-se utilizar telas e repelentes para evitar a picada do mosquito.

Ainda não existe vacina contra a dengue, portanto, o controle dos mosquitos é a principal arma.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.673

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Diarréia e Desidratação

A diarréia é uma das queixas mais freqüentes da infância no nosso país.
Mas como saber quando a criança realmente apresenta diarréia?
A diarréia consiste em aumento do número de evacuações e/ ou amolecimento das fezes. Devemos lembrar que os bebês normalmente apresentam várias evacuações por dia, o que não significa diarréia, e sim seu reflexo intestinal normal após as mamadas. Portanto, para o diagnóstico da diarréia, deve haver uma modificação do hábito intestinal anterior da criança.
Várias doenças podem causar diarréia na infância, como:

  • doenças infecciosas: são as causadas por vírus, bactérias e vermes;
  • doenças não infecciosas: podem ocorrer por desnutrição, erro alimentar, uso de medicações, alergia alimentar, etc.

É importante verificar se juntamente com as fezes há sangue ou muco, se há também febre, vômito ou cólica associados para que facilite a descoberta da causa.
A grande maioria dos casos tem cura rápida e sem necessidade de tratamento específico. Porém, se não houver hidratação adequada, a criança poderá perder muito líquido e chegar a desidratar.
O que pode ser feito na diarréia para evitar a desidratação é:

  • repor líquidos: água, chás, sucos naturais, água de coco e é claro, o soro. O soro pode ser obtido em farmácias e postos de saúde, ou pode ser preparado em casa - o chamado Soro Caseiro: 1 litro de água + 1 colher de chá de sal + 8 colheres de açúcar. Mas cuidado: se houver dúvidas na preparação, é melhor utilizar o soro já pronto. Os líquidos devem ser oferecidos várias vezes durante o dia e após a diarréia ou vômito.
  • procurar uma alimentação leve e balanceada, como gelatinas, purê de batatas, maçã cozida, sopa de legumes com frango cozido e bolachas de sal. Evitar comidas artificiais, com corantes e irritantes gástricos, como temperos prontos, sucos artificiais e condimentos.
  • ter cuidado com leite e derivados. O leite materno é liberado, porém o leite de vaca possui muita lactose, que pode agravar ou prolongar a diarréia. Durante este período o seu consumo não deve ser exagerado e pode-se utilizar o leite de soja.
  • não usar medicações sem consultar o médico. Analgésicos de uso habitual podem ser dados à criança caso haja febre ou dor. Não faça uso de medicações sem orientação para “cortar” a diarréia.

Para evitar a diarréia, o mais eficiente é lavar bem as mãos antes de comer ou manipular alimentos e após ir ao banheiro; fazer higiene dos alimentos; utilizar sempre água filtrada ou fervida para beber e preparar os alimentos.
Por fim, a higiene local é fundamental. A troca freqüente de fraldas previne o aparecimento de assaduras. Lembre-se sempre de fazer a limpeza entre as trocas com cuidado e secando muito bem e suavemente o local.

Dra. Fernanda F. G. Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Super promoção na Coop!


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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Adenóide



A respiração bucal na infância é uma das queixas freqüentes das mães. Isto ocorre por obstrução nasal, que tem diversas causas, como a hipertrofia da adenóide, ou seja, o seu aumento.

A adenóide é um tecido chamado linfóide, cuja função é produzir células de defesa, assim como as amígdalas. Por volta dos 4 anos de idade, há um aumento normal deste tecido e quando chega a adolescência, ele volta a regredir.

Porém, em algumas crianças há um aumento precoce e exagerado, causando obstrução das vias respiratórias e prejudicando a respiração normal.

A criança nestes casos apresenta respiração pela boca (está sempre "de boca aberta"), roncos noturnos, sono agitado, voz anasalada e até uma face típica: estreita, alongada, queixo para dentro, nariz pequeno e céu da boca alto e ovalado (palato ogival).

A obstrução nasal na infância, quando importante e prolongada, tem repercussões como deformidade facial, lacrimejamento e tosse freqüentes (pelo ressecamento da garganta), diminuição do olfato e por conseqüência do paladar (e diminuição do apetite), alteração da postura, diminuição do crescimento e inflamações do ouvido.

O diagnóstico da hipertrofia da adenóide é feito:

- pela história de dificuldade para respirar;

- pelo exame realizado pelo Otorrinolaringologista, que verá por dentro do nariz com aparelhos próprios (rinoscopia posterior);

- pela radiografia de cavum, que é uma radiografia da face, feita de perfil e que mostra a diminuição da coluna de ar que passa pelo nariz e faringe.

Quando os sintomas e a obstrução nasal são importantes, está indicado o tratamento, que é cirúrgico, e consiste na retirada da adenóide.


Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM:104.671