segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Osteoporose



À medida que envelhecemos, ocorre uma perda natural e gradativa da massa óssea. Quando essa perda alcança um nível tão importante a ponto de desorganizar a estrutura dos ossos, aumentando a sua fragilidade e o risco de fraturas, temos então a osteoporose , que significa “ossos porosos”. Ela pode manifestar-se em ambos os sexos, mas atinge especialmente as mulheres depois da menopausa por causa da queda na produção do estrógeno.

Apesar da íntima relação com a terceira idade, é durante a infância e juventude que alcançamos nosso pico de massa óssea. Para isso, é fundamental garantir a ingestão adequada de cálcio, vitamina D e praticar exercícios mesmo quando somos jovens. Constituir ossos de qualidade permite-nos garantir a obtenção de uma boa reserva inicial que poderá postergar a doença em questão. Porém, essa reserva vai se esgotando lentamente ao longo dos anos …

Mesmo que tenhamos um pico de massa óssea razoável, diversos outros fatores associam-se a um aumento do risco da osteoporose primária: tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, história familiar, imobilidade, baixo peso, origem asiática, menopausa precoce, menarca tardia e menstruação irregular.

Algumas formas de osteoporose por outro lado, são chamadas de secundárias e dependem diretamente de doenças crônicas ou do uso de determinados medicamentos, especialmente corticóides.

Cabe ao médico traçar estratégias visando prevenir, diagnosticar e tratar esse mal que já provoca fraturas em 60% das mulheres e 30% dos homens com mais de 60 anos. Em geral o que ocorre é que somente após complicações, como dores decorrentes de fraturas é que as pessoas passam a se preocupar.

A osteoporose é conhecida como uma doença silenciosa pois não provoca sintomas. Diferentemente do que muitos pensam, cansaço, desconforto, dores articulares e musculares não podem ser atribuídas diretamente à doença e radiografias não são um bom exame diagnóstico.O exame que confirmao diagnóstico da doença é a densitometria óssea.

Vale frisar que o papel da reposição de cálcio e vitamina D é muito importante, mas não substitui o tratamento da doença. O arsenal terapêutico disponível para quem tem osteoporose é vasto e inclui drogas orais ou injetáveis, com variados esquemas posológicos.

Sempre é bom lembrar que:

  1. a osteoporose não é problema que atinge só as mulheres. Ela afeta também os homens. Nelas, a causa mais comum é a queda na produção de estrógeno depois da menopausa; neles, o índice da massa corpórea abaixo de 20, a falta ou excesso de exercício, diabetes, hipertireoidismo, doença do glúten, drogas contra a epilepsia ou imunossupressores usados em transplantes de órgão;
  2. a dieta diária deve incluir alimentos ricos em cálcio como leite, queijos, iogurtes; o cálcio é um mineral indispensável para garantir a recomposição da estrutura óssea;
  3. suplementos de cálcio e vitamina D são recomendados para manter a massa óssea, especialmente nos pacientes cujas dietas são pobres em leite e laticínios, e que apanham pouco sol;
  4. caminhar, andar de bicicleta, nadar, correr e, especialmente, exercícios com pesos são fundamentais para manter o tônus muscular e prevenir a osteoporose;
  5. os esportes mais indicados para a produção contínua de massa óssea são os que provocam grande tensão muscular. Músculos exercitados e em movimento colaboram para que os ossos fiquem mais fortes e reduzem o risco de quedas e fraturas nas pessoas de idade.

Não espere o silêncio mascarar essa condição tão prevalente e perigosa, procure o seu médico!

Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Sol e Vitamina D


Nos últimos anos, temos encontrado um grande número de crianças e adolescentes com deficiência de vitamina D. Nós sintetizamos esta vitamina principalmente (cerca de 90%) por ação dos raios ultravioleta (UVB), pela exposição ao sol. Os outros 10% obtemos pela dieta, como óleo de fígado de peixe, peixes como sardinha, salmão e atum, gema de ovo e fígado.

Portanto, é compreensível que pelas mudanças nos hábitos de vida nas últimas décadas, tenha havido diminuição dos banhos de sol: atualmente as crianças brincam menos na rua, gastando mais tempo dentro da escola e dentro de casa, com jogos eletrônicos e redes sociais. Além disso, houve um aumento no uso de protetor solar pelo risco do câncer de pele. Tecnicamente, filtros solares não impedem completamente a produção cutânea de vitamina D, mas podem, sim, reduzir significantemente a produção da vitamina, assim como ao utilizar roupas com mangas longas e bonés.

Então, como proceder em relação à exposição ao sol? A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda 30 minutos de exposição solar semanal (ou 6 a 8 minutos por dia, três vezes por semana) para lactentes apenas com fraldas, no primeiro ano de vida, ou de 2 horas semanais (17 minutos por dia) em lactentes com vestimentas e sem chapéu. Crianças e adolescentes devem ser estimulados à prática de atividades ao ar livre e ao consumo regular de alimentos fonte de vitamina D. Em relação ao horário de exposição ao sol, cabe salientar que, antes das 10 e após as 15 horas, o ângulo de incidência é mais oblíquo, semelhante ao que ocorre no inverno, e, por isso, pouca vitamina D é sintetizada pela pele. Por outro lado, a exposição ao sol no período das 10 às 15 horas pode ser associada ao aumento no risco de câncer de pele.

Em vista disso, a suplementação de vitamina D é recomendável para crianças até 2 anos de idade, e em algumas situações de risco específicas. O Pediatra irá avaliar a necessidade e a dose dessa suplementação, assim como a necessidade de dosar laboratorialmente.

Sabe-se que a vitamina D possui diversas funções, como sobre o metabolismo ósseo, muscular, imunidade, etc. Portanto, é importante a prevenção da sua deficiência.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP
CRM: 104.671

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Outubro Rosa e Novembro Azul - Campanhas sobre Câncer de Mama e Prostata

Outubro Rosa

O movimento conhecido como Outubro Rosa nasceu nos Estados Unidos, na década de 1990, para estimular a participação da população no controle do câncer de mama. A data é celebrada anualmente com o objetivo de compartilhar informações sobre o câncer de mama e promover a conscientização sobre a importância da detecção precoce da doença.

O câncer de mama é uma doença resultante da multiplicação de células anormais da mama, que forma um tumor. Há vários tipos de câncer de mama. Alguns se desenvolvem rapidamente, outros não.

Tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de mama responde por cerca de 25% dos casos novos a cada ano.
Em 2015, para o Brasil, são esperados 57.120 casos novos de câncer de mama. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, esse tipo de câncer é o mais frequente nas mulheres das regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste. Na região Norte, é o segundo mais incidente.
Existe tratamento para câncer de mama, e o Ministério da Saúde oferece atendimento por meio do Sistema Único de Saúde, o SUS.
Não existe uma causa única para o câncer de mama, que é mais comum em mulheres (apenas 1% dos casos são diagnosticados em homens) e tem na idade um dos mais importantes fatores de risco para a doença. Cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos. O câncer de mama de caráter genético/hereditário corresponde a apenas 5% a 10% do total de casos da doença.
Diversos fatores estão relacionados ao câncer de mama:

Fatores ambientais e comportamentais:

  • Obesidade e sobrepeso após a menopausa;
  • Sedentarismo;
  • Consumo de bebida alcoólica;
  • Exposição frequente a radiações ionizantes (Raio x).

Fatores da história reprodutiva e hormonal:

  • Primeira mentruação (menarca) antes dos 12 anos;
  • Não ter tido filhos;
  • Primeira gravidez após os 30 anos;
  • Não ter amamentado;
  • Parar de menstruar (menopausa) após os 55anos;
  • Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio- progesterona);
  • Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.

Fatores genéticos e hereditários:

  • História familiar de câncer de ovário;
  • Vários casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos;
  • História familiar de câncer de mama em homens;
  • Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.

*A mulher que possui um ou mais desses fatores genéticos/ hereditários é considerada com risco elevado para desenvolver câncer de mama.

A presença de um ou mais desses fatores de risco não significa que a mulher terá necessariamente a doença.

Fatores de Proteção:

Estima-se que 30% dos casos de câncer de mama possam ser evitados quando são adotadas práticas saudáveis como:
Praticar atividade física;

  • Alimentar-se de forma saudável;
  • Manter o peso corporal adequado;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Amamentar

Os principais sinais e sintomas do câncer de mama são:

  • Caroço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor;
  • Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
  • Alterações no bico do peito (mamilo);
  • Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço;
  • Saída espontânea de líquido dos mamilos

O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim as chances de tratamento e cura.

Todas as mulheres, independentemente da idade, podem conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias. A maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres.

Além de estar atenta ao próprio corpo, também é recomendado que mulheres de 50 a 69 anos façam uma mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) a cada dois anos. Esse exame pode ajudar a identificar o câncer antes do surgimento dos sintomas.

Mamografia é uma radiografia das mamas feita por um equipamento de raios X chamado mamógrafo, capaz de identificar alterações suspeitas.

Mulheres com risco elevado para câncer de mama devem conversar com o seu médico para avaliação do risco para decidir a conduta a ser adotada.

Riscos e benefícios da mamografia de rastreamento

No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde é a realização da mamografia de rastreamento(quando não há sinais nem sintomas) em mulheres de 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos.

A mamografia de rastreamento pode ajudar a reduzir a mortalidade por câncer de mama, mas também expõe a mulher a alguns riscos. Conheça os principais riscos e benefícios:

Benefícios:

  • Encontrar o câncer no início e permitir um tratamento menos agressivo.
  • Menor chance de a paciente morrer por câncer de mama, em função do tratamento precoce.

Riscos:

  • Suspeita de câncer de mama. Isso requer outros exames, sem que se confirme a doença. Esse alarme falso (resultado falso positivo) gera ansiedade e estresse.
  • Câncer existente, mas resultado normal (resultado falso negativo). Esse erro gera falsa segurança à mulher.
  • Ser diagnosticada e submetida a tratamento, com cirurgia (retirada parcial ou total da mama), quimioterapia e/ou radioterapia, de um câncer que não ameaçaria a vida. Isso ocorre em virtude do crescimento lento de certos tipos de câncer de mama.
  • Exposição aos Raios X. Raramente causa câncer, mas há um discreto aumento do risco quanto mais frequente é a exposição.


Mamografia Diagnóstica

A mamografia diagnóstica, assim como outros exames complementares com finalidade de investigação de lesões suspeitas da mama, pode ser solicitada em qualquer idade, a critério médico. Ainda assim, a mamografia diagnóstica geralmente não é solicitada em mulheres jovens, pois nessa idade as mamas são mais densas e o exame apresenta muitos resultados incorretos.
O SUS oferece exame de mamografia para todas as idades, quando há indicação médica.

Novembro Azul

Novembro é considerado o mês de conscientização e prevenção do câncer de próstata - mundialmente conhecido como "Movember", sendo o bigode o símbolo adotado para as campanhas em todo o mundo. Essa simbologia surgiu da combinação em inglês das palavras Moustache (Bigode) e November (Novembro).

O câncer de próstata

A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão muito pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozóides, liberado durante o ato sexual.



No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.

Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.

Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A grande maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³ ) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.

Estimativa de novos casos: 68.800 (2014)

Prevenção

Já está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não-transmissíveis. Nesse sentido, outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar.

A idade é um fator de risco importante para o câncer de próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos.

Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos pode aumentar o risco de se ter a doença de 3 a 10 vezes comparado à população em geral, podendo refletir tanto fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias.

Detecção Precoce

Deacordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a detecção precoce de um câncer compreende duas diferentes estratégias: uma destinada ao diagnóstico em pessoas que apresentam sinais iniciais da doença (diagnóstico precoce) e outra voltada para pessoas sem nenhum sintoma e aparentemente saudáveis (rastreamento). A decisão do uso do rastreamento do câncer de próstata por meio da realização de exames de rotina (geralmente toque retal e dosagem de PSA) em homens sem sinais e sintomas sugestivos de câncer de próstata, como estratégia de saúde pública, deve se basear em evidências científicas de qualidade sobre possíveis benefícios e danos associados a essa intervenção. Por existirem evidências científicas de boa qualidade de que o rastreamento do câncer de próstata produz mais dano do que benefício, o Instituto Nacional de Câncer mantém a recomendação de que não se organizem programas de rastreamento para o câncer da próstata e que homens que demandam espontaneamente a realização de exames de rastreamento sejam informados por seus médicos sobre os riscos e provável ausência de benefícios associados a esta prática.

Sintomas

Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou a noite). Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.

Diagnóstico

Achados no exame clínico (toque retal) combinados com o resultado da dosagem do antígeno prostático específico (PSA, na sigla em inglês) no sangue podem sugerir a existência da doença. Nesses casos, é indicada a ultrassonografia pélvica (ou prostática transretal, se disponível). O resultado da ultrassonografia, por sua vez, poderá mostrar a necessidade de biópsia prostática transretal. O diagnóstico de certeza do câncer é feito pelo estudo histopatológico do tecido obtido pela biópsia da próstata. O relatório anatomopatológico deve fornecer a graduação histológica do sistema de Gleason, cujo objetivo é informar sobre a provável taxa de crescimento do tumor e sua tendência à disseminação, além de ajudar na determinação do melhor tratamento para o paciente.

Tratamento

Para doença localizada, cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante (em algumas situações especiais) podem ser oferecidos. Para doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido utilizados. Para doença metastática (quando o tumor original já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento de eleição é a terapia hormonal.

A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após discutir os riscos e benefícios do tratamento com o seu médico.


Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Orientações para uma alimentação saudável


Para uma alimentação saudável, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria estabeleceram dez passos para orientar a alimentação de crianças menores de dois anos.
São como “dicas básicas” a serem seguidas pelas mães, garantindo assim, uma boa nutrição de seus filhos.

Passo 1: dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos.
Passo 2: à partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais.
Passo 3: após os seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas, legumes), três vezes ao dia, se a criança receber leite materno; e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada.
Passo 4: a alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança.
Passo 5: a alimentação complementar deve ser espessa (grossa) desde o início, e oferecida com colher. Começar com consistência pastosa (papas/ purês) e gradativamente aumentar a consistência, até chegar à alimentação da família.
Passo 6: oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é também uma alimentação colorida.
Passo 7: estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.
Passo 8: evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação.
Passo 9: cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados.
Passo 10: estimular a criança doente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.

Essas pequenas dicas, quando seguidas corretamente, são muito importantes para garantir um futuro saudável às crianças.


Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP
CRM: 104.671

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Incontinência Urinária



Incontinência Urinária

Incontinência urinária é a perda involuntária da urina pela uretra. Distúrbio mais frequente no sexo feminino, principalmente após os 50, 60 anos de vida.
Essa prevalência no sexo feminino deve-se à anatomia do assoalho pélvico que, além da uretra, apresenta duas falhas naturais: o hiato vaginal e o hiato retal. Isso faz com que as estruturas musculares que dão sustentação aos órgãos pélvicos e produzem a contração da uretra para evitar a perda urinária e o músculo que forma um pequeno anel em volta da uretra sejam mais frágeis nas mulheres.
Causas
A eliminação da urina pode ser comprometida nas seguintes situações:
·         Comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico;
·         Gravidez e parto;
·         Tumores malignos e benignos;
·         Doenças que comprimem a bexiga;
·         Obesidade;
·         Tosse crônica dos fumantes;
·         Quadros pulmonares obstrutivos que geram pressão abdominal;
·         Bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade do portador;
·         Procedimentos cirúrgicos ou irradiação que lesem os nervos do esfíncter masculino.
Tipos e Sintomas
a) Incontinência urinária de esforço – o sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício ou movimenta-se;
b) Incontinência urinaria de urgência – mais grave do que a de esforço, caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio a atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro;
c) Incontinência mista – associa os dois tipos de incontinência acima citados e o sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra.
Diagnóstico
·         história dos pacientes -  elaboração de um diário miccional onde registra-se as características e frequência da perda urinária.
·         exame urodinâmico - registra a ocorrência de contrações vesicais e a perda urinaria sob esforço.
Tratamento
Incontinência urinária por esforço: tratamento cirúrgico, mas exercícios ajudam a reforçar a musculatura do assoalho pélvico. A cirurgia de Sling, em que se coloca um suporte para restabelecer e reforçar os ligamentos que sustentam a uretra e promover seu fechamento durante o esforço, é a técnica mais utilizada e a que produz melhores resultados.
Incontinência urinária de urgência: tratamento farmacológico e fisioterápico. O farmacológico pressupõe o uso ininterrupto de várias drogas que contêm substâncias anticolinérgicas para evitar a contração vesical. Esses remédios provocam efeitos colaterais, como boca seca, obstipação e rubor facial.
A incontinência urinária não é um mal inevitável na vida das mulheres depois dos 50, 60 anos. Evitar a obesidade e o sedentarismo, controlar o ganho de peso durante a gestação e praticar exercícios fisioterápicos para fortalecer o assoalho pélvico são medidas que podem ser úteis na prevenção da incontinência urinária.
Se o distúrbio for tratado como deve, a qualidade de vida melhorará muito. Portanto, é importante procurar um médico para diagnóstico e identificação da causa e do tipo de perda urinária.
Há muitos fatores a serem considerados que levam à incontinência urinária do idoso, como, por exemplo, uso de diuréticos, ingestão hídrica, situações de demência e delírio, problemas de locomoção. Às vezes, a perda de urina nessa faixa de idade é mais um problema social do que físico.

Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925

Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Asma


Asma é uma doença caracterizada por inflamação recorrente das vias aéreas, manifestando-se por dificuldade na passagem de ar para os pulmões.

Seus sintomas são episódios de sibilância (chiado), dispnéia (falta de ar), aperto no peito e tosse.

A asma pode ser controlada na maioria dos pacientes. Quando controlada, os sintomas diurnos e noturnos são incomuns, o uso de medicações de alívio torna-se infreqüente, o número de crises diminui, assim como as faltas escolares. A atividade física pode ser realizada normalmente e a função pulmonar torna-se normal.

Se a asma não for bem controlada, ela pode tornar-se crônica com limitação permanente ao fluxo aéreo, levar à limitação física e social importante e até causar a morte por ataques graves.

O diagnóstico da asma é feito baseado nos sintomas acima e por meio de um exame chamado espiromentria, que avalia a capacidade pulmonar. E a asma pode ser classificada, segundo sua gravidade, como leve, moderada ou grave.

O tratamento deve ser baseado na redução da inflamação, evitando-se o contato com fatores desencadeantes, chamados alergênios. O uso precoce de medicações antiinflamatórias também é importante, protegendo contra a progressiva diminuição da função pulmonar. O uso de broncodilatadores, através de inaladores ou sprays, é feito para melhorar os sintomas nas crises.

Em casos mais complicados, a criança poderá ser encaminhada ao especialista para o acompanhamento.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Insônia


Insônia é uma sensação subjetiva de má qualidade de sono, com dificuldade em iniciar ou manter o sono e/ou sensação de sono não reparador ou não restabelecedor, mesmo em condições apropriadas para boa qualidade de sono.

A insônia não é definida com uma quantidade especifica de horas de sono. Muitas pessoas funcionam muito bem com menos de oito horas de sono por noite. Além disso, com o avançar da idade, o padrão do sono muda gradativamente seu padrão, tornando-se mais disperso, com múltiplos episódios de cochilo ao dia, ao invés de uma longa noite de sono.

É um sintoma muito comum, com prevalência de 15% em pacientes saudáveis, sendo mais comum em mulheres, idosos e naqueles com história prévia de insônia ou de comorbidades psiquiátricas.

As principais consequências são fadiga, prejuízo da qualidade de vigília, comprometimento cognitivo, distúrbios de humor, e sintomas físicos como cefaleia, diarreia e dor.  Existem hipóteses a respeito do comprometimento imune que a insônia pode causar.

DIAGNÓSTICO
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), o diagnóstico de insônia requer a presença dos seguintes fatores:
  • Dificuldade em iniciar ou manter o sono, ou baixa qualidade de sono;
  • Distúrbio do sono ocorre pelo menos três vezes por semana por pelo menos um mês;
  • Comprometimento da atividades diárias em decorrência da dificuldade em dormir.

FATORES ASSOCIADOS
Múltiplos fatores podem estar associados com a insônia:
  • Transtornos Psiquiátricos: Depressão, Ansiedade ou Comprometimento Cognitivo secundário a infecções ou alterações metabólicas;
  • Sintomas Físicos: Dor, Náuseas, Febre, Soluço, Tosse, Desconforto Respiratório;
  • Efeitos Adversos de Medicações;
  • Sintomas Psicológicos como estresse emocional e alteração do ciclo sono vigília;
  • Performance funcional (indivíduos acamados 50% do dia);
  • Fatores Ambientais;
  • Doenças Associadas (Câncer, Parkinson, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Insuficiência Cardíaca)
  • Dietéticos (Cafeína, álcool).

TRATAMENTO
É essencial investigar cuidadosamente a causa da insônia e tratar causas potencialmente reversíveis de insônia, como por exemplo, dor, supressão da tosse ou tratamento de depressão. É importante lembrar que pacientes com outros sintomas além da insônia podem ser manejados com medicamentos que tenham sonolência como efeito adverso, por exemplo, no tratamento de depressão, náusea e falta de apetite. No entanto, medicamentos para  tratar insônia devem ser usados com cautela pois podem exacerbar outras condições também.

A abordagem da insônia deve sempre levar em consideração a performance clinica do paciente, e quando indicado o tratamento farmacológico, os potenciais efeitos adversos e os objetivos do tratamento devem ser cuidadosamente explicados.

MANEJO DE SINTOMAS
Tratamento impecável de sintomas associados a distúrbios do sono em cada paciente em particular, assim como retirar qualquer medicamento estimulantes que possa exacerbar a insônia.

Adequação ambiental para redução da insônia deve incluir:
  • Manter o quarto em temperatura média, bem ventilado, e com pouca luz à noite;
  • Evitar o uso de equipamentos eletrônicos à noite, como televisão ou música alta;
  • Mudanças no estilo de vida também podem ser muito úteis para regular o padrão de sono, como evitar cochilos durante o dia, grandes refeições ou excesso de líquidos no período noturno e evitar o uso de estimulantes como café antes de dormir.
Além disso, estimular o paciente a manter as rotinas domésticas pode ajudar na insônia, como manter o horário habitual do banho ou ter petiscos perto da cama.

TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO
HIGIENE DO SONO
Recomendações simples e práticas, facilmente aplicáveis incluem:
  • Exercícios regulares moderados ao longo do dia;
  • Evitar refeições pesadas a noite;
  • Diminuir cochilos durante o dia;
  • Evitar cafeína e álcool;
  • Manter um horário de despertar constante;
  • Evitar exposição a luzes, barulho e temperaturas extremas, com mínima excitação sensorial
  • Técnicas de relaxamento.

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
A terapia cognitivo-comportamental é amplamente estudada com evidência científica de melhora significativa em 70 a 80% da insônia na população geral.

TERAPIAS COMPLEMENTARES
Uma grande variedade de terapias complementares tem sido usadas para tratamento da insônia, como acupuntura, hipnoterapia, aromaterapia e reflexologia.
           
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
A escolha do medicamento para insônia deve ser sempre individualizada e na menor dose efetiva possível. A manutenção de um bom padrão de sono bom é fundamental para a qualidade de vida e bem estar.

Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Queimaduras

Toda criança é muito curiosa, e por conta disso, pode acabar se colocando em risco e se queimando.

Queimaduras são lesões que podem ser causadas não só pelo fogo, mas também por exposição a líquidos ou superfícies quentes, frio, substâncias químicas, radiação, atrito ou fricção.

Elas podem ser classificadas em primeiro, segundo ou terceiro grau, de acordo com a profundidade da lesão. Quanto mais profunda, mais grave.

Outra classificação é quanto à superfície corporal queimada; ou seja, o tamanho da queimadura. E normamente, quanto maior o tamanho da queimadura, mais grave ela é.

E por fim, há a classificação quanto à complexidade da queimadura. Existem locais atingidos que são considerados mais graves ou que têm maior complicação, como a face, o pescoço, a mão, o pé, a axila e a região genital.

Há alguns cuidados imediatos que podem ser realizados em casa, caso a criança sofra algum tipo de queimadura:
• lavar com água corrente até a dor passar;
• retirar as roupas queimadas e as que estão nas áreas da queimadura;
• hidratar a criança oferecendo líquidos para beber;
• não aplicar produtos caseiros;
• não tentar retirar substâncias grudadas, como plásticos, piche, etc.

Após os cuidados imediatos, a criança deverá ser levada prontamente ao hospital mais próximo para ser examinada, medicada para a dor, receber curativo e se for preciso, até internada ou encaminhada a um centro especializado de queimados.

A grande maioria das lesões por queimaduras pode ser tratada ambulatorialmente, não sendo necessária a internação da criança.

Mas o principal é evitar acidentes, mantendo a criança longe do fogão e de produtos químicos.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra
CRM: 104.671

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Hipertensão arterial na infância








Quando se fala em hipertensão arterial (“pressão alta”), pensamos nos adultos e principalmente nos idosos. Mas as crianças também são vítimas da doença e apenas nos últimos 25 anos o problema da hipertensão arterial recebeu a devida atenção do pediatra.
A importância da hipertensão arterial deve-se ao fato de ser um grande fator de risco para doença cardiovascular, acidente vascular cerebral (AVC) e doença renal.
A pressão arterial é determinada pela interação entre fatores genéticos e ambientais: fatores dietéticos (como sódio), estresse, sedentarismo, fumo e álcool.
Nas crianças, a pressão é considerada aumentada quando estiver acima de valores que são estipulados conforme o sexo, a idade e a estatura. Para saber se a criança apresenta hipertensão, o Pediatra deverá verificar qual é o nível pressórico adequado, através de tabelas. Só será considerado que a criança é hipertensa se houver 3 medidas alteradas, em diferentes dias.
            Na maioria das vezes, a hipertensão é silenciosa, pois os sintomas associados, como dor de cabeça, zumbidos e sangramentos nasais, são raros. Então, normalmente é descoberta com uma medida de pressão em uma consulta de rotina.
            Crianças que apresentam obesidade, história de hipertensão na família ou doença renal devem ter uma monitorização frequente de pressão arterial.
            Uma vez diagnosticada a hipertensão, deve-se verificar a sua causa através de exames; quando houver uma causa, deve-se primeiramente tratá-la. Hoje sabemos que a hipertensão arterial detectada em algumas crianças pode ser secundária, por exemplo, às doenças renais.  Para o controle da pressão há orientações dos hábitos de vida e medicamentos específicos que podem ser administrados a estas crianças.
            Quando a hipertensão for associada à obesidade, exercícios físicos, orientação da dieta e redução de peso são medidas importantes a serem tomadas.




Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP
CRM: 104.671

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Doença de Alzheimer




Doença de Alzheimer

Um dos motivos mais comuns que leva um indivíduo, idoso ou quase idoso, a procurar um geriatra hoje é o esquecimento. Esquecimento e envelhecimento está popularmente relacionado ao temido diagnóstico de Doença de Alzheimer. Mas será que apenas esquecimento é sinal da doença?
A doença de Alzheimer (DA) afeta milhões de pessoas em todo o mundo e é a forma mais comum de demência, respondendo por cerca de metade de todos os casos. Embora originalmente descrita como uma demência "pré-senil"  (significando que ela seria uma doença de pessoas que se aproximam dos 65 anos, mas não dos idosos em si), hoje é amplamente reconhecido que a doença de Alzheimer afeta principalmente pessoas idosas. Relativamente raros na idade de 65 anos, quando apenas 1,5% têm DA, a sua prevalência duplica a cada 4 ou 5 anos até picos de uma média de 30%  de pessoas afetadas na idade de 80 anos. 
Trata-se de uma forma irreversível de demência, caracterizada por uma perda adquirida e progressiva das faculdades mentais ou funções cognitivas, como a linguagem, a praxia (complexos movimentos com significados, como o marchar), reconhecimento de objetos, funções executivas (planejamento e de decisão) e, mais notavelmente , da memória. 
Prejuízo das funções cerebrais:
Essas perdas levam a dificuldades para executar tarefas mentais necessárias para a vida diária normal, e também a sintomas comportamentais e psiquiátricos da doença, causando uma grave incapacidade para a vida independente e, à medida em que a doença evolui, a última etapa ocorre um profundo comprometimento em quase todas as funções cerebrais, restringindo o paciente à cama. O tempo de progressão da doença varia muito entre os indivíduos. O intervalo de tempo entre o diagnóstico e a morte tem sido descrito de 5 a 14 anos. 
As causas:
A Doença de Alzheimer é caracterizada pela degeneração e perda de neurônios (células responsáveis pela transmissão nervosa) em áreas do cérebro envolvidas com funções cognitivas. Essa degeneração é lenta e difusa e, inicialmente, afeta as estruturas cerebrais ligadas à memória e aprendizado, caracterizando mais comumente um paciente com dificuldades de aprendizagem e com perda de memória recente (as memórias antigas são mais consolidadas). Os outros sintomas cognitivos e comportamentais tipicamente surgem depois de um longo curso da doença da doença. 
A perda neuronal na DA está relacionada ao acúmulo de estruturas proteicas anormais pelos neurônios, comprometendo seu funcionamento. Embora este processo tem sido descrito por muitos anos e ainda é estudado, a causa global da Doença de Alzheimer é desconhecida. Os fatores genéticos são significativos, tanto na forma incomum da doença; a de início precoce familiar e, nas formas comuns da doença. Entretanto não foi identificado nenhum gene que possa sozinho determinar a doença em uma pessoa. 
Diagnostico
O diagnóstico da DA é de exclusão. Uma vez que não temos exames seguros e precisos para realizar em caso de suspeita, o diagnóstico tem de ser feito através da demonstração de história e sintomas compatíveis com a Doença de Alzheimer e a ausência de outras causas de demência. As demências potencialmente reversíveis são de grande importância para identificar, uma vez que a remissão completa ou parcial pode ser obtida com o tratamento. 
Para se investigar a possibilidade da Doença de Alzheimer, o médico entrevista o paciente e seus familiares ou responsáveis, e faz testes congnitivos padronizados para avaliar a função mental. O paciente ainda sofre exame físico detalhado e dirigido para descartar outras causas de demência, além de vários exames, incluindo exames de sangue e uma imagem cerebral (tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética são os exames mais comumente disponíveis em nosso meio para tal fim). Uma vez demonstrado que o paciente preenche os critérios clínicos suficientes para a Doença de Alzheimer e não tem outra explicação possível para os sintomas, ele será classificado como portador de Doença de Alzheimer. Embora possa parecer que o diagnóstico da Doença de Alzheimer é muito impreciso, muitos estudos têm demonstrado que um médico bem treinado é capaz de identificar corretamente a DA em seu início, em quase todos os casos.
Tratamento:
Uma vez diagnosticada, a Doença de Alzheimer vai exigir uma grande dose de compreensão e conhecimento, habilidade e trabalho por parte dos cuidadores, que geralmente são membros da família - mais comumente o próprio cônjuge. A capacitação e informação dos cuidadores e familiares deve ser realizada por profissionais de saúde treinados nos diferentes tipos de cuidados que esta doença complexa exige, e assim conseguirem proporcionar o melhor cuidado com o mínimo de sofrimento. Profissionais ou organizações de familiares de portadores da doença de Alzheimer existem em muitos países e são uma boa fonte de conhecimento e partilha de experiências. Finalmente, um tratamento otimizado irá diminuir a incidência de complicações durante o curso da doença. 

Perspectivas:
Um grande progresso tem sido feito no tratamento da DA nas últimas décadas e hoje não só existem medicamentos para um controle efetivo dos problemas comportamentais, mas medicamentos específicos que podem interferir com o progresso da doença.
A Doença de Alzheimer ainda é irreversível e atualmente nenhuma cura pode ser esperada, mas atualmente é razoável esperar uma redução na taxa de progressão dos sintomas e em alguns casos, uma ligeira evolução da função cognitiva pode ser alcançada com o uso da medicação. Isto é particularmente verdadeiro quando o diagnóstico é obtido bem no início do curso da doença e o tratamento é iniciado imediatamente, o que reforça a importância do diagnóstico precoce.

Muitas linhas de pesquisa em diferentes países estão constantemente contribuindo com o conhecimento sobre a doença e novas perspectivas para o seu tratamento. Isto significa que possivelmente algumas opções de tratamento que são atualmente apenas experimentais possam ser em breve aprovadas para uso clínicos, com grandes perspectivas de um maior impacto sobre a doença do que aquilo que pode ser alcançado hoje.
 
Mas a descoberta da cura ou vacina ainda deverá demorar algumas décadas, o que beneficiará apenas os futuros portadores da doença.

Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia