segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Osteoporose



À medida que envelhecemos, ocorre uma perda natural e gradativa da massa óssea. Quando essa perda alcança um nível tão importante a ponto de desorganizar a estrutura dos ossos, aumentando a sua fragilidade e o risco de fraturas, temos então a osteoporose , que significa “ossos porosos”. Ela pode manifestar-se em ambos os sexos, mas atinge especialmente as mulheres depois da menopausa por causa da queda na produção do estrógeno.

Apesar da íntima relação com a terceira idade, é durante a infância e juventude que alcançamos nosso pico de massa óssea. Para isso, é fundamental garantir a ingestão adequada de cálcio, vitamina D e praticar exercícios mesmo quando somos jovens. Constituir ossos de qualidade permite-nos garantir a obtenção de uma boa reserva inicial que poderá postergar a doença em questão. Porém, essa reserva vai se esgotando lentamente ao longo dos anos …

Mesmo que tenhamos um pico de massa óssea razoável, diversos outros fatores associam-se a um aumento do risco da osteoporose primária: tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, história familiar, imobilidade, baixo peso, origem asiática, menopausa precoce, menarca tardia e menstruação irregular.

Algumas formas de osteoporose por outro lado, são chamadas de secundárias e dependem diretamente de doenças crônicas ou do uso de determinados medicamentos, especialmente corticóides.

Cabe ao médico traçar estratégias visando prevenir, diagnosticar e tratar esse mal que já provoca fraturas em 60% das mulheres e 30% dos homens com mais de 60 anos. Em geral o que ocorre é que somente após complicações, como dores decorrentes de fraturas é que as pessoas passam a se preocupar.

A osteoporose é conhecida como uma doença silenciosa pois não provoca sintomas. Diferentemente do que muitos pensam, cansaço, desconforto, dores articulares e musculares não podem ser atribuídas diretamente à doença e radiografias não são um bom exame diagnóstico.O exame que confirmao diagnóstico da doença é a densitometria óssea.

Vale frisar que o papel da reposição de cálcio e vitamina D é muito importante, mas não substitui o tratamento da doença. O arsenal terapêutico disponível para quem tem osteoporose é vasto e inclui drogas orais ou injetáveis, com variados esquemas posológicos.

Sempre é bom lembrar que:

  1. a osteoporose não é problema que atinge só as mulheres. Ela afeta também os homens. Nelas, a causa mais comum é a queda na produção de estrógeno depois da menopausa; neles, o índice da massa corpórea abaixo de 20, a falta ou excesso de exercício, diabetes, hipertireoidismo, doença do glúten, drogas contra a epilepsia ou imunossupressores usados em transplantes de órgão;
  2. a dieta diária deve incluir alimentos ricos em cálcio como leite, queijos, iogurtes; o cálcio é um mineral indispensável para garantir a recomposição da estrutura óssea;
  3. suplementos de cálcio e vitamina D são recomendados para manter a massa óssea, especialmente nos pacientes cujas dietas são pobres em leite e laticínios, e que apanham pouco sol;
  4. caminhar, andar de bicicleta, nadar, correr e, especialmente, exercícios com pesos são fundamentais para manter o tônus muscular e prevenir a osteoporose;
  5. os esportes mais indicados para a produção contínua de massa óssea são os que provocam grande tensão muscular. Músculos exercitados e em movimento colaboram para que os ossos fiquem mais fortes e reduzem o risco de quedas e fraturas nas pessoas de idade.

Não espere o silêncio mascarar essa condição tão prevalente e perigosa, procure o seu médico!

Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Sol e Vitamina D


Nos últimos anos, temos encontrado um grande número de crianças e adolescentes com deficiência de vitamina D. Nós sintetizamos esta vitamina principalmente (cerca de 90%) por ação dos raios ultravioleta (UVB), pela exposição ao sol. Os outros 10% obtemos pela dieta, como óleo de fígado de peixe, peixes como sardinha, salmão e atum, gema de ovo e fígado.

Portanto, é compreensível que pelas mudanças nos hábitos de vida nas últimas décadas, tenha havido diminuição dos banhos de sol: atualmente as crianças brincam menos na rua, gastando mais tempo dentro da escola e dentro de casa, com jogos eletrônicos e redes sociais. Além disso, houve um aumento no uso de protetor solar pelo risco do câncer de pele. Tecnicamente, filtros solares não impedem completamente a produção cutânea de vitamina D, mas podem, sim, reduzir significantemente a produção da vitamina, assim como ao utilizar roupas com mangas longas e bonés.

Então, como proceder em relação à exposição ao sol? A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda 30 minutos de exposição solar semanal (ou 6 a 8 minutos por dia, três vezes por semana) para lactentes apenas com fraldas, no primeiro ano de vida, ou de 2 horas semanais (17 minutos por dia) em lactentes com vestimentas e sem chapéu. Crianças e adolescentes devem ser estimulados à prática de atividades ao ar livre e ao consumo regular de alimentos fonte de vitamina D. Em relação ao horário de exposição ao sol, cabe salientar que, antes das 10 e após as 15 horas, o ângulo de incidência é mais oblíquo, semelhante ao que ocorre no inverno, e, por isso, pouca vitamina D é sintetizada pela pele. Por outro lado, a exposição ao sol no período das 10 às 15 horas pode ser associada ao aumento no risco de câncer de pele.

Em vista disso, a suplementação de vitamina D é recomendável para crianças até 2 anos de idade, e em algumas situações de risco específicas. O Pediatra irá avaliar a necessidade e a dose dessa suplementação, assim como a necessidade de dosar laboratorialmente.

Sabe-se que a vitamina D possui diversas funções, como sobre o metabolismo ósseo, muscular, imunidade, etc. Portanto, é importante a prevenção da sua deficiência.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP
CRM: 104.671