segunda-feira, 17 de julho de 2017

FIBROMIALGIA


A Fibromialgia é uma das doenças reumatológicas mais frequentes. Caracterizada por dor muscular generalizada no corpo acompanhada de sintomas de fadiga, e alterações de sono, memória e humor.
Geralmente o primeiro indício de fibromialgia é uma dor localizada que persiste e, com o tempo, evolui e se alastra para tornar-se difusa, assemelhando-se à dor que toma o corpo todo após uma gripe forte. Normalmente a dor surge sem motivo, mas às vezes pode ser desengatilhada por traumas psicológicos, físicos, como uma lesão provocada por um acidente de carro, ou infecções.
Até os anos 1990, usava-se um mapa para testar a sensibilidade do paciente. Os 18 pontos distribuídos pelo corpo eram os mais citados por pacientes como locais doloridos. São simétricos bilateralmente, e a maioria se concentra acima da cintura. Alguns deles, em especial na nuca, nas escápulas e na parte externa dos cotovelos, ao serem pressionados provocavam gritos de dor.
Ainda assim, a dor da fibromialgia é diferente das dores agudas, como as causadas por um corte ou uma porta que se fecha violentamente sobre um dedo. Na fibromialgia, a pessoa vai se adaptando e passa a conviver com ela no dia a dia, o que motiva a descrença por parte de quem convive com ele.
Para o diagnóstico de fibromialgia é necessário haver dor em todo o corpo por mais de três meses, na maioria dos dias ao longo desse período. Os pontos de dor hoje em dia, ajudam, mas não são definidores do diagnóstico. É necessário haver um conjunto de outros sintomas que englobam cansaço extremo, alteração do sono, da concentração e problemas de memória.
Entre esses sintomas, é marcante o papel da fadiga para caracterização da doença. O processo de diagnóstico inclui um questionário que visa a avaliar o impacto do cansaço na rotina do paciente. O indivíduo classifica de 0 a 10 o nível de dificuldade que enfrentou para realizar determinadas tarefas. E pelo grau de exigência das tarefas, podemos ter uma ideia do quão intensa pode ser a falta de energia.
A doença costuma surgir em mulheres entre 30 e 55 anos, embora haja casos de pessoas mais velhas, adolescentes e até crianças acometidas, compondo no Brasil um contingente de aproximadamente 5 milhões de pessoas (cerca de 2% a 3% da população, percentual próximo ao que se estima no mundo).


FARDO FEMININO
Existem dez vezes mais mulheres atingidas que homens. Segundo o National Institute of Arthritis and Musculoskeletal and Skin Diseases, entre 80% e 90% das pessoas com fibromialgia são mulheres.


A ligação entre fibromialgia e o sexo feminino pode estar na serotonina, neurotransmissor que influencia o sono, a produção de hormônios, o ritmo cardíaco e outras funções fisiológicas importantes. As mulheres produzem menos serotonina, e por isso são mais propensas a problemas como depressão, enxaqueca e transtornos de humor, principalmente no período de TPM. Como o neurotransmissor também participa do processamento da dor, talvez esse seja a explicação para o número muito maior de pacientes mulheres.

Além da forte relação com o sexo feminino, a doença tem laços estreitos com a depressão. Cerca de 50% dos fibromiálgicos apresentam também esse transtorno grave, com um quadro agravando o outro: a dor e o descrédito provocam reclusão, piorando a depressão, que por sua vez intensifica a dor – de forma real, e não psicológica.

TRATAMENTO 

Como a dor da fibromialgia não tem uma origem definida, analgésicos e anti-inflamatórios não ajudam. Os medicamentos que surtem algum efeito são os da classe dos antidepressivos e neuromoduladores. Porém, alguns pacientes podem encarar a prescrição com desconfiança, devido à imagem negativa que as doenças psiquiátricas têm em nossa sociedade. Aqueles que tiveram de encarar incredulidade até chegar ao diagnóstico podem até expressar revolta, interpretando que a sombra da “dor psicológica” está voltando e que estão sendo tratados de algum transtorno psiquiátrico. No caso da fibromialgia, entretanto, tais remédios são usados simplesmente para aumentar a quantidade de neurotransmissores que diminuem a dor.

Atualmente, a palavra-chave do tratamento para fibromialgia é atividade física. E muitas vezes inclui-se alguma medicação para permitir a prática de exercícios, por exemplo, para melhorar padrão de sono e ser reparador.

A fibromialgia não é considerada uma doença curável. Existem casos em que os sintomas diminuem consideravelmente, chegando a quase desaparecer, mas há outros em que será necessário fazer controle por toda a vida. Entender esse fato é fundamental para levar o tratamento da melhor forma possível.

Assim como a retroalimentação que ocorre fibromialgia e depressão, os sintomas da doença trazem uma série de problemas que se acumulam e se reforçam. A dor altera o humor, que afeta o rendimento profissional e as relações sociais, o que aumenta o estresse, que é um dos gatilhos da dor e assim estende-se ao infinito.

Pacientes não precisam se preocupar com danos graves, como deformações ou paralisação de membros. Mantido o tratamento, a perspectiva é que as dores regridam ao custo de uma rotina que é recomendada para a saúde de qualquer ser humano: atividade física regular.

Dra Flávia Renata Topciu – CRM 121.925
Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria de Gerontologia
Especialista em Cuidados Paliativos pela Associação Médica Brasileira

segunda-feira, 3 de julho de 2017

ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO NA INFÂNCIA



Desenvolvimento é o aumento da capacidade de uma criança em realizar funções ou tarefas cada vez mais complexas; e isto depende principalmente do amadurecimento do sistema nervoso central.
A resposta das crianças, nas diferentes tarefas, depende também de vários outros aspectos: idade, estímulo dos pais/ escola, convivência com outras crianças, relação com o ambiente onde vive, se a criança nasceu prematura ou teve algum problema durante a gestação/parto, etc.
Existem quatro aspectos principais a serem considerado na avaliação do desenvolvimento infantil:

·         Comportamento motor = são “aprendizados” motores, como: sustentar a cabeça, sentar, engatinhar, andar e pegar ou manipular objetos. 
·         Comportamento adaptativo = organização e adaptação em resposta aos estímulos, estando relacionado ao aspecto de aprendizagem. 
·         Comportamento de linguagem = comunicação verbal (pela fala) e não-verbal.
·         Comportamento pessoal-social = reações da criança relacionadas à sua cultura social (influenciadas pelo ambiente).

É muito importante que os pais saibam que mesmo sendo esperado que a criança realize uma determinada atividade com uma certa idade, cada criança tem o seu tempo. Pode ser que um dos filhos ande mais cedo que o outro, ou comece a falar mais tarde.
Para cada faixa etária, é esperado que a criança realize algumas atividades, como:
·         2 MESES:
o   Fixa o olhar no rosto da mãe ou de quem está em frente.
o   Reage ao som (com choro, susto ou movimentos).
o   Eleva a cabeça quando de barriga para baixo.
·         4 MESES:
o   Segura objetos por alguns segundos.
o   Emite sons.
o   Sustenta a cabeça quando no colo.
·         6 MESES:
o   Alcança um brinquedo próximo.
o   Leva objetos à boca.
o   Localiza o som, virando para o local de onde é emitido.
o   Rola da cama.
·         9 MESES:
o   Brinca de “esconde – acha”, retirando um pano do rosto.
o   Transfere objetos de uma mão para outra.
o   Duplica sílabas (“papa”, “dada”).
o   Senta sem apoio.
·         12 MESES:
o   Imita gestos.
o   Anda com apoio.
·         15 MESES:
o   Executa gestos a pedido.
o   Produz uma palavra.
o   Anda sem apoio.
·         18 MESES:
o   Identifica 2 objetos.
o   Rabisca espontaneamente.
o   Produz 3 palavras.
o   Anda para trás.
·         24 MESES:
o   Tira roupa.
o   Constrói torre de 3 cubos.
o   Chuta a bola.

Dra. Fernanda Formagio de Godoy Miguel
Pediatra pela SBP
CRM: 104.671